atiraste uma pedra
no peito de quem
só lhe fez tanto bem
e quebraste um telhado
perdeste um abrigo
feriste um amigo
conseguste magoar
quem das mágoas te livrou
e atiraste uma pedra
com as mãos que esta boca
tantas vezes beijou
quebraste um telhado
que nas noites de frio
te servia de abrigo
perdeste um amigo
que os teus erros não viu
e o teu pranto enxugou
mas acima de tudo
atiraste uma pedra
turvando esta água
esta água que um dia
por estranha ironia
tua sede matou