Eu não caio do cavalo
Nem do burro e nem do gaio
Ganho dinheiro cantando
A viola é meu trabalho
No lugar onde tem seca
Eu de sede lá não caio
Levanto de madrugada
E bebo pingo de orvalho
Chora, viola
É muita navalha na minha carne
É muita espada pra me furar
Muitas lambada nas minhas costas
É muita gente pra me surrar
É muita pedra no meu caminho
É muito espinho pra eu pisar
É muita paixão e muito desprezo
Não há coração que possa aguentar
Já derrubamos o mato
Terminou a derrubada
Agora preste atenção
Meus amigo e camarada
Não posso levar vocês
Na minha nova empreitada
Vou pagar tudo que devo
E sair de madrugada
Eu vou roubar uma moça
De um ninho de serpente
Ela quer casar comigo
A família não consente
Já me mandaram um recado
Tão armado até os dentes
Vai chover balas no mundo
Se nóis topar frente a frente