Eu vou sair agora
E pela porta afora
Eu vou me declarar
Tu és meu porto, a horta
Balança a minha corda
É meu país, meu lar
As coisas que imaginei
As flores que eu cultivei
São pedacinhos
O coração é o órgão rei
Escreve suas próprias leis
Em pergaminhos
Cabelos no azulejo da parede branca
Tapetes estendidos pelo nosso quarto
Caminho em ziguezague pelos quatro cantos
Escrevo versos, sílabas em português arcaico
Pontilha o horizonte
Onde o sol se põe
Desponta na estrela Luna o brilho do luar
Eu vejo a floresta escura onde a luz se esconde
Escrevo estes versos tortos, todos feitos
Pra você em pleno voo
Vindo de Belém pra Macapá