Debaixo dessas luzes coloridas,
Nesse palco, minha vida, minha voz, meu violão.
O artista, meio mito, meio gente,
Vira assim meio parente de uma grande multidão.
Minha voz dispensa passaporte.
Pode estar no sul, no norte, na Itália ou no Japão.
Construir acordes e harmonias,
Fazer música e poesia: é a minha profissão.
Eu canto pelos rádios, no seu carro.
Entre o amor e um cigarro, no aconchego dos motéis.
Eu canto pros felizes e infelizes,
Pra quem cura as cicatrizes dos amores infiéis.
Eu canto pra meninos e meninas.
Pra quem vende nas esquinas o amor sem emoção.
Construir acordes e harmonias,
Fazer música e poesia: é a minha profissão.
Meu canto entra na vida das pessoas.
Não escolhe gente boa, classe, raça ou religião.
Meu canto canta assim do mesmo jeito
Pro vigário, pro prefeito, pro operário, pro patrão.
O eterno não é o velho nem é o novo,
É o que vem da voz do povo que eterniza uma canção.
Construir acordes e harmonias,
Fazer música e poesia: é a minha profissão.