Eu guardei meu bulldogue na gaveta
Peguei a caneta
Troquei a caixa de bala na caixa de som
Vi que a vida do crime é podre e é boqueta
E a tinta da caneta virou munição
Era uma vez um garoto, uma lenda
Do sorriso branco com a pele preta
Discriminado por ser favelado
Sonhava com um mundo sem guerra
E sonhava com um mundo distante
Sonhava pisando na terra
Sonhava matando gigante
Eu sonhava vencendo na vida
Sem ter que pisar em ninguém
Para os que correu na subida
Eu andei, cheguei também
Foi muita oração neguin
E coisas boas estão pra vir
Pai nosso que estás no céu
Vem trilhando meu caminho
Me deu rosa sem espinho
E um par de asas pra voar
E de olhos fechados enxergo
Pois não tô sozinho
Rezo meu alívio
Sempre me deu forças pra lutar
Garoto escolhido
Brilha mais que ouro polido
Dezoito que late mas nenhum me morde
Que eu tô protegido
Pros meus inimigos desejo saúde e paz
Vida longa pros comédia pra me ver crescendo mais