O bom malandro vai de passo a passo
Pra chegar devagarinho
Gente, o papel no bolso tá solto
Igual passarinho
Vai ser medo de chanela e de dedo
Deixa a vida me levar que eu levo desse jeito
Hoje é dia de rolar pagode, vai colar o bigode
A noite tá gostosa, tem samba de rola
Só a maloca toca o cavaquinho
Desce poção de amendoim, mais um litrão
Para os corpão de biquíni e suquetão
Aquelas que adoçam minha caipora de limão
Mesmo de salto alto, ela desliza igual sapo
Eita, que cheiro maravilhoso que veio da preta
Quando se fala em melanina, o preto não aguenta
Mó pele de anjo com creme da Êndia
No pedaço de bolo ela é a cereja
Nunca perca a esperança e nunca se esqueça
Pra esse ano eu peço muita paz
Tô pasta de amarelo pra chamar riqueza
Olha o sono da nega, ela sai pro pagode
Ela bebe os problema, não tem mais saca
Ela ama os bigode, que linda essa noite
Pra sair do pó, é samba de malandro
Eu tô chegando forte
Quando ela dança, ela encanta
Ela deixa na laça, até bebe cerveja na taça
Ô nega enjoada, quer saber de nada não
E eu, eu gasto a bagaça
Na rua de novo, eu corro pra pista
Nós deixa um troco, já passei sufoco
Nesse fim de tarde é só água de coco
Tambor e pandeiro, caba que boi
Quem não dança, segura a criança e cá na dança
Vem a papa, cá no samba
Nunca perca a esperança e nunca se esqueça
Pra esse ano eu peço muita paz
Tô pasta de amarelo pra chamar riqueza
Ninguém nunca vai chorar
Faz tempo que não sabe o que é chorar
A vida foi mudando de um tempo pra cá
Segura a malandragem carregando ouro
Olha a preta, cintura de violão
Muita treta, nega tremendo avião
De chachinho coladinho, maquinha de fita
Olha que delícia dessa terra chura
Que para onde pisa, encanta favela
Fazendo as vielas, vira passarela
Na palma da mão, até pagodeiro
Largou o pandeiro pra aplaudir ela
Nunca perca a esperança e nunca se esqueça
Que esse ano eu peço muita paz
Tô pasta de amarelo pra chamar riqueza
Por lá da viola e da minha mão o bombom
Eu jogadão pela quebrada só de passadão
E na maloqueiragem deixo o meu salvão
No pique de vinho, nova nesse pinhão
Que essa gostosa hoje senta, tenta
Samba de lá de sua coqueta
Digo pra das queimas que eu quero fazer a cabeça
Pela rebolana assim brisado nós não aguenta
Olha pra aí e pensa
Se a cena não me sai da cabeça
Dessa preta
Olha pra aí e pensa
Se a cena não me sai da cabeça
Dessa preta
Nunca perca a esperança e nunca se esqueça
Que esse ano eu peço muita paz
Tô pasta de amarelo pra chamar riqueza
Tô pasta de amarelo pra chamar riqueza
Nunca perca a esperança e nunca se esqueça
Que esse ano eu peço muita paz