Deu na rádio hoje à tardinha nas notícias do interior
Que na estância Cata-Vento faleceu um domador
Pois mais tarde o locutor tirou a limpo o sucedido
Quem morreu foi o João da Nóca um ginete conhecido
Era o primeiro galope do mal la crina enredada
O domador vinha chegando pediu por taura a bolada
E ali perto do palanque mais ou menos quatro e meia
O diabo lhe amadrinhava e a morte agarrou na orelha (2x)
Deixou o mundo num bagual que largaram mal de cepo
E vai passar amanhã de tarde de queixo atado no pepo (2x)
(Alçou a perna num maleva deu um suspiro profundo
e largou um gritito debochado, se despedindo do mundo)
Pois mal se afirmou no basto, o pobre do João da Nóca
E o potro saiu cavando meteu as mão numa toca
Trocou de ponta parceiro se ouviu um estalo de osso
E o João da Nóca quietinho tinha quebrado o pescoço
No caixão vai suas espora o mango, um pala franjado
Também um manojo de crina que ele arrancou do aporreado
Agora a radio anuncia a desgraça que assucedeu
Repete de hora em hora que o João da Nóca morreu (2x)
Deixou o mundo num bagual que largaram mal de cepo
E vai passar amanhã de tarde de queixo atado no Pepo (2x)
(Quem morre na legendária
São Borja, passa defronte a antiga casa do Pepo,
em direção ao campo santo)
por nelson de campos