Sou macanudo, sou barbudo e cabeludo
e a minha "muié" não me deixa sair sozinho
tem ciúme até da sombra, diz que eu sou lindo "de mas"
e não reparte com as outras nem um pingo de carinho
Rumo prum rancho num retoço, num retoço da folia
buscar alegria do jeito que me convém
ali o amor e prazer é um perigo
por que tidos são amigos, mas ninguém é de ninguém
"Bamo que bamo, no bico dum contrapasso"
metendo o laço, meta e meta que é bem bom
"bamo que bamo do jeito que o véio qué"
porque tu nem é "muié", é um parque de diversão
Total, as vizinhas andam falando mal de mim
que sou tasqueiro e amanheço na folia
dizem que eu sou chineiro e só ando atrás de resto
e que sou raposa "véia" que como "quarqué" galinha
me vou de novo atrás de uma china bonita
dessas que grita sacudindo o recavém
posso ser louco mas nunca durmo de touca
e vou cavocar nessa louca, sem pagar nem um vintém.
Nesta fuzarca eu acho tudo que eu "percuro"
bailo no escuro balanceando o mocotó
de quando em vez, uma mona entra no laço
cago de coice e mangaço maricão e gigolô
não tem feitiço, reza braba ou benzedura
ninguém me segura quando invento de "chiniá"
bebo uma quarta de canha e Santo Antônio
e faço o demônio nem dormir pra me cuida.