Partiu pra estância celeste
O pajador do Rio Grande
E antes que alguém nos mande
Nos brotam versos silvestres
Nossa alma, de luto se veste
E num tiro de boleadeira
Uma tristeza missioneira
Espalha notícia triste:
Jayme Caetano Braun não mais existe
Virou uma estrela campeira
Se foi pra sempre o arquivo
Das tradições riograndenses
Porém, meu irmão, não penses
Que calou-se o verso altivo
O Jayme ainda está vivo
E palpitante e real
E a sua herança cultural
De inigualável valor
Com a obra de pajador
Já se tornou imortal
A rima ficou incompleta
E não vai ser mais como era
Talvez fique tapera
A inspiração de algum poeta
Porque esta perda afeta
Todo o Rio Grande bagual
O Jayme era um referencial
De artistas, cantadores
E estes meus versos são flores
Que eu deixo em seu memorial
Se foi um mestre da rima
Espelho de tanta gente
Que com seu verso imponente
Ganhou do povo a estima
E partiu trançando a esgrima
Com males de toda sorte
No lombo do verso forte
Edificou seu império
E como todo gaudério
Laçou no pescoço a morte