Quando o aramado da poesia sem mordaças
Vai se infurnando no teclado da cordeona
O alambrador abre cancelas pra quem passa
Atando atilhos de cantigas redomonas
Mas sem tropéis se transforma lida brava
Ajunta as garras pra changuear de domador
Porque carrega no bocal "inda" com baba
A pontesuela de um cantor manso de amor
Alma de campo voz de cincerro
Luzita acesa de pirilampo
Cantam esporas vida afora
Pra sempre tesa alma de campo
E nos invernos quando apeiam chuvas frias
É trançador a sovar tentos de rima
Põe passador e botões nas melodias
Que ao galponeiro são crioulas obras primas
Alma de campo que o tropeiro traz ao peito
Onde se aninha um gaúcho coração
Campeiro canto que fazem um rumo feito
Dando ôh de casa no retorno pra o galpão