Meu galpão de alma tranqüila
ressuscita todo dia...
Cada vez que o sol destapa
sua silueta sombria
e desenha cinamomos
na minha querência vazia.
-Senhor das manhas de maio
ceva este mate pra mim
que eu venho a tempos de lua
minguando sonhos assim!
-Os que posso, sonho aos poucos
os que não posso, dou fim...
Silencio quando posso...
Quando quero, sou estrada
divido as coisas do tempo
bem antes da madrugada
numa prece que bem lembro
refaço minhas orações:
-"Pai nosso que estais no céu
precisais vir aos galpões".
No descaso dos galpões
solito quando me vejo
é que se achega a saldade
com seus olhos de desejo
pondo estrelas madrugueiras
neste céu de picumãs
parecendo que se adentra
pra contemplar inha manhã.
Meus sonhos domei pra lida
pra minha rédea, ao meu gosto
pras dores da minha alma
se ela cruzar este agosto.
-Por favor, senhor dos mates
não deixe a manha tão triste
mateia junto comigo
que eu sei que tu ainda existe