Pras bandas do poente
ergueu-se uma barra
calou-se a cigarra
assim - de repente
e um som diferente
ponteou de guitarra!
Lá longe - bem longe,
faísca e troveja,
silêncio de igreja
com ecos de bronze,
nas preces do monge
no amém do assim seja!
Tropeando a lonjura
o tempo que berra
fareja uma encerra
que o vento procura
e a chuva madura
traz cheiro de terra!
O tempo desaba
o mundo se adoça
na água que empoça
mais mansa ou mais braba,
a seca se acaba
e tudo remoça!
Nas almas sedentas não é diferente
as barras do poente
que se erguem violentas
depois das tormentas
acalmam agente!
Se as safras perdidas
tivessem gargantas
podiam ser santas
nas searas da vida:
são tão parecidas
as almas e as plantas!