Todo esse verde nos olhos
Que a casa mira de frente
Me vem do sangue ancestral
Dos olhos de minha gente
Săo olhos de cinamomos
Rincőes de mato invernadas
Săo campos e várzeas largas
Que seque além desta estrada
Meus olhos sabem do verde
Pois ajudaram a cuidá-lo
Săo mansos rondando tropas
Ágeis montando cavalos
Temem um tempo escuro
Pois sabem de olhos fechados
Que nunca foram do campo
Nos olharem do outro lado
Todo esse verde estendido
Que os meus olhos sabem ter
Năo săo assim por acaso
Săo verdes por merecer
E assim por toda vida
Văo sempre nos dar o păo
No ciclo normal do campo
Serăo dos meus que virăo
Depois da chuva que choram
Meus olhos verdejam mais
Pois trazem na cor da terra
O gem que herdei de meus pais
Pois o campo sabe o jeito
De entregar-se ao amigo
Empresta todo o seu verde
Pra amarelar-se de trigo
Mas tem sempre alguem a olhar
E a desejar nosso verde
Rondam as margens do rio
E morrem da própria sede
Trazendo a dor e o escuro
Afiando espinhos nos móreos
Pois năo sabem que este verde
Me vem do campo pra os olhos